Biografia
Adriana Azenha | Identidade e Autonomia
O teatro é uma arte para ser exercitada em grupo, portanto meu destino não poderia ser outro: O teatro de grupo. Entre idas e vindas, participei como atriz em diversos espetáculos, na sua maioria produções de grupos de teatro, dirigidas por diretores que contribuíram muito pra minha formação e para o meu encorajamento na arriscada tarefa de montar minha própria companhia. Segue um breve histórico de minha trajetória como atriz e todas as minhas investidas como autora e diretora.
Participo como atriz do Grupo Gestus - Núcleo de Pesquisa e Criação Teatral, dirigido por Gerson Steves (de 1991 a 1995), nos espetáculos:
Exercício para amar
Fulanas de tal
Infectio
A Falha Trágica
O grupo deixa de existir e a trinca Adriana Azenha, Keila Redondo e Vidlin Carvalho formam a Cia. de Teatro Literal (1996 a 1998).
Com o objetivo de desenvolver projetos baseados nas obras de autores da nossa literatura e levar os espetáculos para escolas, a Cia. de Teatro Literal criou os espetáculos No Meio do Caminho, poesias de Carlos Drummond de Andrade e A Mulher Que Matou os Peixes, de Clarice Lispector.
A poetisa Sandra Falconi, após assistir a uma apresentação no teatro SESC Anchieta de No Meio do Caminho, contrata a Cia. para elaboração de espetáculo baseado no livro de poesias Retraços de Mulher, de sua autoria. O espetáculo participa do Festival Proyecto Sur, Havana, Cuba (1999).
Após a criação do espetáculo A Justificativa, criação coletiva de Adriana Azenha, Paula Pretta, Carlota Joaquina e Cissa Longatto, premiado no festival de Curta Teatro de Sorocaba e mais tarde roteirizado para curta metragem exibido no MIX Brasil de 2000, e também embrião do Grupo Saia Justa de Teatro sob Medida, o quarteto integra a Cia. Triptal Decisus, dirigida por André Garolli (1998), na montagem de A Bruxinha Que Era Boa, de Maria Clara Machado.
O desejo de realizar um trabalho autoral permanece.
Com o objetivo de escrever para teatro, convoquei um primeiro time de atrizes que fundaram junto comigo o Grupo Saia Justa de Teatro sob Medida (Alessandra Vertamatti, Cissa Longatto, Carlota Joaquina, Paula Pretta e Anabel Andrés), juntas criamos a performance A Bomba Anatômica, minha primeira experiência como dramaturga.
A performance ganha a parceria do autor Gerson Steves. Transforma-se em espetáculo e participam dessa montagem somente Adriana Azenha e Alessandra Vertamatti (1998, 1999, 2000).
O espetáculo A Bomba Anatômica proporcionou grande visibilidade da minha performance como atriz e o trabalho autoral deu passagem para experiências com outros diretores.
Participo do espetáculo A noite dos Assassinos da Cia. Cartel de Teatro, dirigida por Petrônio Nascimento, e também integro os elencos das produções de As Sereias da Rive Gouche, direção de Regina Galdino e texto de Vange Leonel e Do Barro do Chão, com textos de Manoel de Barros para o repertório da Cia. Paulista Coral, sob regência de Andréia Anhenzini e direção de Juçara Morais (2000).
Ingresso como integrante da Cia. Teatro X, dirigida por Paulo Fabiano (de 2001 a 2006). Participo como atriz dos espetáculos:
A Falha Trágica, remontagem.
Cidadão de Papel
Espólio
Esquinas
Bando de Maria
Contos da Quadra (participação também como autora).
Na busca de espaço para um trabalho independente dentro da Cia. Teatro X, escrevi e dirigi o espetáculo Jejum - no suor do teu rosto comerás o teu pão torradinho e dirigi em parceria com Eduardo Chagas, 1 et 2 de Fernanda Justina (2003). Participaram desta montagem Carla Dias, Marcia Groszmann e Cissa Longatto.
Como resultado da oficina de montagem realizada na sede da Cia. Teatro X, escrevi e dirigi A Mãe d’Ele e em virtude do desejo permanente de desenvolver um projeto autoral, a montagem do espetáculo ficou assinada pelo Grupo de Teatro Aberto ao Público, formado por Ágda Carneiro, Andreia Santos, Camila Belilacqua, Junior Miranda, Kelly Amorim, Maria José Campos, Paulo Cesar Poli, Thiago Nascimento e Jhunior Amaral, que participaram da oficina (2004).
Meu último trabalho realizado na Cia. Teatro X, consolida minha independência na busca de uma identidade artística. O espetáculo Lavadeiras da Memória impulsiona minha saída do grupo. Concebido e apresentado dentro dos projetos da Cia. Teatro X, cumpre agenda de temporada e marca minha autonomia como criadora (2006).
Nesse processo de amadurecimento, o espetáculo Lavadeiras da Memória é remontado, com novo elenco e nova direção. Surge a Azenha de Teatro, dirigida por mim, Adriana Azenha, e participam dessa montagem as atrizes Andréia Santos e Calu Baroncelli (2007 e 2008).
É nesse moinho de roda, movido a água, que nosso teatro se movimenta e segue produzindo. O espetáculo Garden Now, escrito e dirigido por mim e interpretado pelo ator David Carolla, que integra a companhia desde 2008, inaugura o período de permanente criação e produção de espetáculos, que podem ser conhecidos e desvendados através da visita deste site.